Automedicação para perder peso: o perigo escondido nas cápsulas.

Padrões de beleza precisam ser tratados com cautela. Claro que faz bem-estar feliz com o corpo, mas não existe realização estética se a saúde estiver em cheque. O processo de emagrecimento só leva a efeitos positivos – e duradouros – se for feito com bom senso. A quarentena levou um grande número de pessoas a ganhar peso rápido, como consequência do isolamento. Na esteira das consequências, junto com a volta da vida ao normal, vem a pressa de perder os quilos a mais. A saída fácil então surge: automedicação. E, quando se trata de emagrecedores, os riscos são ainda maiores pela própria composição destes produtos.

O que são fórmulas para emagrecer?

São medicamentos que estimulam substâncias no cérebro como a serotonina, que diminui significativamente a sensação de fome. Algumas fórmulas, mais “naturais”, prometem o mesmo efeito a partir de substâncias encontradas na natureza que causam a saciedade ao serem digeridas, seguindo o mesmo princípio de alguns alimentos.

Para qualquer uma delas, a indicação só deve ser feita por médicos. Só um especialista pode atestar tanto a necessidade quanto as condições de saúde adequadas do paciente para o uso.

“O anúncio diz que não tem contraindicações.”

Não importa se um remédio promete não ter contraindicações, ele jamais deve ser tomado por conta própria. Hoje tudo pode ser vendido com promessas de eficiência, mas quando se trata de um produto que vai entrar e agir no nosso corpo, o sinal vermelho deve prevalecer.

Isso porque as substâncias químicas desenvolvidas para compor esses medicamentos podem atuar no sistema nervoso central, diminuindo a sensação de fadiga e reduzindo o apetite, mas causando mudanças drásticas no organismo.
Um exemplo disso é a benzedrina (anfetamina) que, quando em forma de um medicamento conhecido como “bolinha”, tem efeitos colaterais que vão desde cabeça até o aumento crônico da pressão arterial. As alterações de comportamento, mesmo dos medicamentos vendidos sem receita, incluem irritabilidade, insônia, hipertensão e taquicardia.
Apesar dos tantos efeitos colaterais, o uso indiscriminado é grande e é um alerta para a saúde pública. A boa intenção de perder peso pode levar à graves consequências quando o território da automedicação é escolhido. Por isso, se sua intenção é emagrecer, procure um nutricionista ou um endocrinologista. Mas, acima de tudo, opte por uma alimentação saudável e exercícios físicos. Esta fórmula continua sendo a melhor para boa forma e saúde. Cuide-se.