Mudança de hábito: vegetarianismo ou veganismo?

Seja pela busca de uma vida mais saudável e sustentável ou por preocupação com o bem-estar dos animais, a alimentação que exclui a proteína animal do cardápio tem ganhado cada vez mais adeptos. De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira, em 2018 foram contabilizadas cerca de 67 milhões de refeições à base de vegetais e, isso, durante apenas um dia da semana.

De acordo com a nutricionista Isabella Del Moral, a alimentação vegetariana é mais "fácil" de adotar, se considerada a ingestão de proteínas. “Isso porque há o consumo de ovo, leite e queijos, que são fontes de proteínas”. No entanto, é preciso ter cautela, pois esses alimentos, se consumidos em excesso, têm potencial inflamatório.

Isabella explica que o vegetarianismo é divido em quatro tipos:

  • Ovolactovegetarianismo: além dos vegetais, permite o consumo de ovos, leite e derivados do leite;
  • Lactovegetarianismo: a alimentação de origem animal se restringe ao consumo de leite e derivados;
  • Ovovegetarianismo: proteína animal presente apenas no consumo de ovos;
  • Vegetarianismo estrito: não utiliza nenhum produto de origem animal na sua alimentação.

 

Além dessas quatro formas de vegetarianismo existe o veganismo, cuja motivação extrapola a alimentação e bane o consumo de qualquer produto que gere a exploração ou sofrimento animal.

"Isso engloba a eliminação de toda e qualquer forma de exploração animal, não apenas na alimentação, mas também no vestuário, em testes, na composição de produtos diversos, no trabalho, no entretenimento e no comércio", completa Isabella. Mas, substituir a proteína animal pela vegetal é um processo que pode levar tempo para o corpo se acostumar com a nova rotina, mas pode ser adotada em qualquer fase da vida.

Segundo Isabella, uma das maiores fontes de proteína vegetal é a combinação de cereais e leguminosas. “Um exemplo clássico é o arroz e o feijão. Os dois se complementam e fornecem todos os aminoácidos essenciais presentes nas carnes”, diz a nutricionista.

Outra dica importante para aqueles que desejam adotar uma alimentação sem carne é consumir as fontes de ferro e cálcio encontradas nos vegetais verdes escuros como couve, espinafre, escarola, rúcula, agrião e brócolis.

Isabella explica que para o veganismo o procedimento de transição é o mesmo que o do vegetarianismo. "Porém, com a exclusão de leite e derivados e ovos. Salientando a importância de procurar um profissional para fazer a adequação necessária", destaca.

 

Revisão técnica

  • Prof. Dr. Max Grinberg
  • Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
  • Autor do blog Bioamigo

Fonte: site Coração e Vida, produzido com a curadoria do cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho.